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OBALUAÊ

Aquele que detém o poder sobre os mortos e doenças.

   “Obaluaê, Sapatá, Saponã, Omulu, nomes para o senhor da morte e das doenças, sobretudo as contagiosas. Temido por isso, mas quem conhece o assunto sabe que apesar de não trazer saúde, tem poderes para levar as doenças embora, divide com Iansã o poder sobre os mortos”.

 

 

  • Saudação: Atotô Ajuberú.

  • Cor: preto, vermelho e branco.

  • Símbolos: Leguidibá, Xaxará e Brajá de búzios.

  • Principais oferendas: Pipoca e suas comidas.

  • Elemento: Terra.

  • Algumas ervas: Folha de Omulu (canela de cachorro) pariparoba, mamona, cambará, etc.

  • Animais: Cão.

  • Comida: Doburu (pipoca enfeitada com fatias de coco), Ewa Dudu (feijão preto com dendê) Eram Kekerê (carnes em fatias), Dodokindó (banana da terra frita), cuscuz e milho.

  • Domínios: Os mortos e doenças.

  • Banhos: com Osé Du du (sabão da costa) e ervas guinadas (colônia, saião, manjericão).

UM ITÃ

    Em certa ocasião festiva entre os Orixás, Obaluayê participou utilizando uma roupa feita de palha da costa, o Aso Iko, para esconder suas feridas e deformações causadas pelas doenças.

   No entanto, enquanto todos os outros Orixás dançavam, Obaluayê, apesar de jovem e muito habilidoso, preferia ficar parado para não correr o risco de exibir seu corpo debilitado.

   Repentinamente, Oiá pega Obaluayê para dançar com ela, e Oiá faz soprar uma ventania que levanta as palhas da costa da roupa de Obaluayê, suas chagas ao mesmo tempo voam do seu corpo se transformando em pipocas e para espanto dos demais, se exibe um belo rapaz debaixo daquela roupa.

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   Obaluaê, também conhecido como Omulú, Xapanã e associado com Kavungo, divindade da nação Bantu, e com Sakpata, divindade da Nação Jeje, é o Orixá da Cura, das doenças, das pestes.

   É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e com São Roque, o santo que fora contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.

   Certamente por essas histórias, São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes.

   Não é demais lembrar que apesar da semelhança entre eles, não podemos confundi-los. São Lázaro e São Roque são santos confirmados pela Igreja Católica, tiveram suas passagens pela Terra.

   Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos. Sendo posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.

   Uma dúvida muito comum entre os irmãos Umbandistas é se Obaluaê e Omulú são os mesmo Orixás ou são Orixás distintos.  A resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou Omulú é falar no mesmo Orixá.

   A diferença é que o nome Obaluaê está ligado a manifestação jovem desse Orixá, guerreiro, caçador e lutador. Já Omulú representa sua a manifestação velha, de sábio, feiticeiro e guardião.

   Obaluaê tem seu corpo coberto por palha da costa, em razão de possuir feridas na pele. Também, o fato de Obaluaê possuir seu corpo coberto por palha da costa, representa o mistério, especificamente, o mistério da morte que para nós encarnados ainda não está revelado.

   A palavra Obaluaê vem do Yorubá Obàlúwàiyé  que quer dizer “Rei Senhor da Terra” e Omulu significa “Filho do Senhor”. Todavia, como dito acima, Obaluaê e Omulú representam um só Orixá.

   Obaluaê é tido como senhor da cura, médico dos pobres. É invocado todas as vezes que alguém está doente. Obaluaê é o senhor dos cemitérios, dos mortos. Por essa razão, sempre que se adentra em um cemitério se saúda Obaluaê, assim como se saúda Iansã. Obaluaê é o Orixá responsável pelo encaminhamento dos espíritos recém desencarnados.

   Muitos irmãos partem desse plano sem estarem preparados. Ainda apegados com a vida e os bens da terra, acabam por não seguir o seu caminho e passam a habitar a casa de sua família terrena. Sabidamente, tal fato acarreta grandes prejuízos não só para o espírito que ali está, como também para a familia que sofre a obsessão. Nessas horas, Obaluaê é invocado para levar esse espírito ao seu reino, encaminhando-o para a nova vida no mundo espiritual.

   Obaluaê também é invocado para afastar e levar embora os espíritos maus, pertubadores e kiumbas.

 

   Sua saudação é “Atotô Obaluaê!”

   Seu dia da Semana é a Segunda – Feira.

   Seu dia do ano é 02 de novembro (juntamente com o dia de finados) – 17 de dezembro (em razão do sincretismo com São Lázaro) e 16    de Agosto (em razão do sincretismo com São Roque).

   Suas cores são o Preto e Branco. (No candomblé além dessas cores, usa-se também o vermelho).

   Seu símbolo é o Xaxará. (Espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais.).

 

 

   Suas oferendas levam pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada no azeite de dendê e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água. São entregues, preferencialmente, no cruzeiro do cemitério.

   De Obaluaê originam inúmeras falanges de caboclos, pretos velhos e Exus e Pombagiras. Em relação à esses últimos, exemplificando, a falange dos caveiras (Exu Caveira, João Caveira, Tata Caveira, 7 Caveiras, Caveirinha,etc) é submissa à esse Orixá, bem como todos os demais vinculados às almas e ao cemitério.

   Também manifestam-se falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que chegam curvadas e que geralmente tem sua cabeça coberta por um pano branco. São  espíritos ligados diretamente à Obaluaê.

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